Concurso 5ª Temporada |
#01 | "Aquele Que Irá Nos Salvar" | (Richard) | #04 | "A Outra Vida" | (Jack) | #07 | "E Quanto ao Ben" | (Ben) |
#02 | "Homem em uma Missão" | (Desmond) | #05 | "Isso Sempre Acaba Igual" | (Walt) | #08 | "TBC" | (Desconhecido) |
#03 | "Um Longo Sonho" | (Claire) | #06 | "A Descendente" | (Ilana) |
LOSTpédia
C6x01 - Aquele Que Irá Nos Salvar
Ver em PDF
Anteriormente em Lost
[Sequência de cenas do episódio 5.16 – The Incident Part 1]:
- [O Black Rock é visto da ilha por Jacob e seu Inimigo.]
- JACOB: Pensei que estaria aqui por causa do navio.
- INIMIGO DE JACOB: Estou… Como eles encontraram a ilha?
- JACOB: Você terá que perguntar quando eles chegarem aqui.
- INIMIGO DE JACOB: Não preciso perguntar… Você os trouxe aqui.
- [A câmera mostra a estátua de Taweret por completo.]
[Sequência de cenas do episódio 5.16 – The Incident Part 2]:
- [É noite. Da estátua restou apenas um pé. A cena corta para dentro da estátua. ]
- LOCKE: Olá, Jacob.
JACOB: Você encontrou sua brecha.
LOCKE: De fato, encontrei. - [Jacob se levanta.]
LOCKE: E você não faz ideia… do que passei… para estar aqui. - [Na praia, Illana chega com uma caixa de metal.]
ILLANA: Qual de vocês é Ricardus!
[Richard se aproxima de Illana.]
ILLANA: Tenho algo que preciso lhe mostrar.
[A caixa de transporte do voo 316 da Ajira é aberta e virada na areia. Ali está o corpo de John Locke. ]
[Sequência de cenas do episódio 5.16 – The Incident Part 2]:
- [Jack e Sayid estão agachados ao lado da Jughead, com o diário de Faraday em mãos.]
SAYID: Ele deixou instruções específicas de como remover o núcleo de plutônio. E de como detoná-lo. O núcleo em si é uma arma termonuclear, será mais do que suficiente. - [Corta para a cena de Sayid retirando o núcleo da bomba.]
SAYID: Teremos duas horas para transportar isso até a área da cisne.
JACK: Então… é melhor irmos logo. - [Jack e Kate estão próximos à área da estação cisne. Algum acidente ocorre e chama a atenção dos dois.]
JACK: Está para acontecer. Você está comigo nisso?
KATE: Sim. - [A cena corta para Jack segurando o núcleo da bomba, prestes a soltá-lo no buraco de construção da estação cisne. Ele a solta. Então, tem início o distúrbio eletromagnético. Muitos objetos são atraídos violentamente. Em correntes, Juliet fica presa e é levada para o buraco. Ela grita. Em tempo, Sawyer a segura.]
JULIET: Está tudo bem…
SAWYER: Não me deixe!
JULIET: Eu te amo, James!
[Juliet cai no vazio.]
SAWYER: Não!
[Estruturas de ferro seguem o mesmo caminho.] - [No fim do túnel vertical, Juliet, ainda consciente, encontra o núcleo da bomba. Utilizando de uma pedra, ela o acerta… uma vez, duas vezes. Três, quatro.]
JULIET: Vamos!
[Na oitava investida, a tela fica branca.]
Introdução
[Do branco, muda-se abruptamente para o escuro. Então, a luz de uma luminária se acende e revela a madeira reluzente do que parece ser uma mesa ilhada em um ambiente pouco iluminado. A câmera move-se lentamente para a esquerda, revelando um tinteiro e, ao lado dele, uma bússola quebrada. De modo apressado, é mergulhada no tinteiro a ponta de uma pena. A câmera continua a se mover, dando a volta por trás de um homem sentado.]
[Com a imagem mais aberta, podemos ver um diário sobre a mesa. Em uma das páginas, o homem dedica-se à breves anotações. Ele tem a mão trêmula e escreve com dificuldade. De repente, solta um pigarro, que se confunde à uma tosse profunda e alarmante… pela boca, algumas gotas de sangue são lançadas no papel. Com rapidez, o diário é fechado e, na lateral dele, podemos ler: LEDGER.]
[O homem deixa a cadeira e se lança cambaleante pelo escuro do ambiente. Abre uma porta.]
[Com dificuldade em se manter em equilíbrio, se apoia em um corrimão e sobe apressadamente alguns degraus. Atinge um convés. Agora, o telespectador sabe que está em um navio.]
[É um fim de tarde frio. Devido à neblina espessa, nenhum horizonte é visto. Mas ouve-se o som das águas do oceano. O navio está em movimento, as velas estão estufadas pelo vento. Com a cena ampla, das alturas, podemos ver tripulantes vestidos com roupas que indicam um tempo distante – de mais de um século atrás. Eles estão visivelmente abatidos. Adoecidos.]
[O homem que acompanhamos até agora caminha trôpego em direção à proa. Antes que alcance o destino, desaba sobre as tábuas de madeira do convés.]
[Os primeiros tripulantes a notarem o ocorrido, se aproximam rapidamente.]
TRIPULANTE A [em latim]: Capitão!
[O homem caído é virado e, finalmente, vemos seu rosto. Ele aparenta mais de cinquenta anos. Tem fartos cabelos grisalhos. Apresenta sinais de enfermidade. Seus lábios estão feridos.]
TRIPULANTE A [em latim]: Capitão, está me ouvindo?
TRIPULANTE B [se agacha ao lado do corpo e, com esforço e rouquidão – e um sotaque britânico –, grita para a neblina]: RICARDUS! VENHA, RÁPIDO!
[Silêncio.]
[Então, da direção da proa, em meio à neblina, Richard Alpert surge e se aproxima rapidamente.]
RICHARD [ao notar o corpo do capitão estendido no convés]: O que houve?!
TRIPULANTE B: Ele…
TRIPULANTE A: Ele não aguentou.
[Outros tripulantes se aglomeram ao redor da cena. Richard Alpert senta de joelhos perto do corpo caído e tenta encontrar pulsação no pescoço do capitão.]
[Fica mudo. Apreensivo.]
RICHARD: O que vocês viram?
TRIPULANTE A: Ele simplesmente caiu aqui depois de subir da câmara.
[Richard encontra em uma das mãos do capitão, um amuleto de ouro. Em relevo, é possível ler TOVARD. Richard o abre e encontra a foto de um bebê. Guarda o amuleto em seu próprio bolso.]
TRIPULANTE C [abre espaço entre os homens que se juntaram ao redor do corpo e se aproxima com frieza]: Era uma questão de tempo… Em breve será a nossa vez.
[Com agitação, os tripulantes começam a discutir e argumentar.]
TRIPULANTE A [vira-se para Richard]: O que faremos?
RICHARD [com incerteza]: O que já estamos fazendo há cento e oito dias: vamos continuar navegando. Até encontrar terra.
[Os tripulantes ficam em silêncio.]
[Então, o vento cessa subitamente. As velas se retraem. O navio agora se move apenas por inércia. Lentamente. Até parar.]
[De repente, o céu se ilumina. Ele brilha intensamente e faz o nevoeiro perder sua capacidade de ocultação. Os homens protegem os olhos e se curvam. Como se o mundo se movesse ao redor do navio, um dia ensolarado nasce e o vento volta a soprar. As velas incham. O navio retoma movimento.]
TRIPULANTE D [se levantando, confuso, atordoado, assim como todos os outros tripulantes; olhando para o céu]: O que… O que aconteceu?
[Horizonte de mar é visto em todas as direções… com exceção do oeste. Os homens seguem à borda oeste do navio, não acreditando no que encontram.]
TRIPULANTE E: TERRA! Terra à vista!
[Richard se levanta e se distancia do corpo do capitão. À proa, avista algo que o intriga. Ele saca de uma luneta dourada e a aponta em direção à terra.]
TRIPULANTES [se aproximam da proa]: O que é aquilo?!
[A cena corta para a popa do navio a navegar pelas águas. Nela, podemos ver a inscrição Black Rock e, abaixo, Portsmouth. A câmera segue dando a volta pela base da embarcação em contato com a água; a cena cresce, subindo.]
[À oeste, está a Ilha e, incrivelmente grandiosa, a estátua de Taweret.]
[Em choque com a série de acontecimentos, todos ficam em silêncio. Apenas observando o inimaginável.]
[Richard retorna um dos olhos à luneta, procurando por algum sinal de vida na costa. Percorrendo em linha reta, encontra algo na praia. Ajusta o foco e enxerga dois homens sentados na areia. Um deles veste preto e o outro, branco.]
[Richard volta os olhos para o convés. Fita o capitão morto e se vira para gritar para os tripulantes… desiste: substitui o grito por um murmúrio.]
RICHARD [com esperança nos olhos, contemplando a ilha e dizendo à si mesmo]: Estamos salvos. [É mostrado o ponto de vista de Richard: a frente da estátua. E, de modo inesperado, a cena corta diretamente para dentro da ilha, para um ponto de vista que mostra as costas da estátua… (Cenas arquivadas de LaFleur) Olhando para Taweret, estão Sawyer, Juliet, Miles e Jin; ao pé de Sawyer, é possível ver uma corda presa à terra.]
[A cena corta para uma câmara gelada, com pedras cobertas de gelo. Ali está John Locke, encontrando dificuldade em se mover. Ele se arrasta até atingir um mecanismo preso à parede. É uma roda, e ela está se movimentando, fora de eixo. Locke a puxa, colocando-a no lugar. Imediatamente, a cena volta para Sawyer, Juliet, Miles e Jin. Antes que os quatro consigam dizer alguma coisa, o céu começa a se iluminar. Junto ao clarão, um barulho ensurdecedor rasga o ar.]
[A cena corta novamente e retorna para o Black Rock. Richard Alpert e os tripulantes também estão testemunhando o evento. A luz cresce cada vez mais, o barulho aumenta. Todos caem de joelhos, tampando os ouvidos.]
[Em segundos, tudo passa de uma só vez. E é quando surge o som de pássaros. Desnorteados, todos os homens se levantam. Richard Alpert é o primeiro a perceber a misteriosa localização. O Black Rock está sobre a terra, em meio à árvores que rasgaram as velas.]
TRIPULANTE C: Onde diabos estamos?!
LOST
[Sobre os tripulantes, o céu está azul e límpido. Eles se encaminham para ver o lado de fora pelas bordas da embarcação. A transferência de peso catalisa o iminente: a base encurvada não consegue se manter equilibrada na terra irregular, e o Black Rock tomba para o lado, escorando seu mastro em uma árvore antiga, de tronco resistente. Alguns tripulantes seguem o desnível e deslizam pelo convés.]
TRIPULANTE A [de pé, segurando-se na proa]: O capitão!
[Todos se viram para onde o corpo do capitão jazia. Ele não está mais ali.]
[Richard vai até as tábuas com as visíveis manchas de sangue. Elas se arrastam e seguem na direção que o convés inclinou. Richard corre até a borda para tentar avistar um corpo na terra. Nada encontra.]
[Surgem, dos acessos ao interior do Black Rock, outros tripulantes.]
TRIPULANTE F: O que está acontecendo aqui em cima… Oh, meu Deus!
[Os oito homens olham ao redor, observando incrédulos a extensão de floresta que segue por todos os lados.]
TRIPULANTE G: Onde está o capitão?!
RICHARD [fitando, em mãos, o amuleto de ouro]: Magnus está morto, Thomas.
[Os homens não demonstram surpresa, ao invés disso, se dedicam a estudar a localização.]
[É quando um som distante começa a rodear a área. Cresce e se aproxima cada vez mais… A câmera começa a rodar pelas faces dos tripulantes. (O telespectador já sabe o que está para acontecer, reconhece o som produzido pelo…) De repente, algo parece explodir ao sul. Todos olham na direção. Têm tempo somente de ver uma árvore que fora arrancada ser lançada ao ar e, com igual velocidade, cair e se escorar na embarcação. Tripulantes se lançam para fora: alguns saltam diretamente à terra, enquanto outros se penduram em galhos de árvores e tentam descer por troncos.]
[Richard permanece parado, testemunhando a agitação, correndo os olhos pela floresta.]
[Antes que todos os vinte e três homens consigam chegar ao chão, uma fumaça negra cresce ao redor da proa e, através dela, tem acesso ao convés. Toda a ação parece congelar: o monstro da fumaça estende-se como um tapete sob os pés dos tripulantes que, ao terem se atrasado para fugir, agora se mantêm imóveis; à espera de misericórdia do desconhecido.]
[Impiedosamente, todos são puxados, tragados para fora. Pelo caminho, destroços da madeira da embarcação são levados.]
[Richard é o único a restar no convés.]
[Ele se vira de costas e corre em direção às escadas, a câmera o acompanha. Uma porta é empurrada, e ele se encontra na câmara do capitão. Avidamente, recolhe o diário de bordo e um molho de chaves. Uma delas é utilizada para abrir uma porta dos fundos da câmara. Richard sai para a popa do Black Rock e se lança ao chão da Ilha.]
[Ele avista alguns dos tripulantes fugindo em grupo. Corre na direção deles.]
RICHARD: Os escravos!
THOMAS: DEIXE-OS LÁ!
[Richard não para de correr; ao olhar para trás, na direção do Black Rock, vê a fumaça negra quebrando a base da embarcação, tendo acesso às celas onde os escravos estão acorrentados. Richard se vira para frente – a câmera o filma e enquadra o Black Rock ao fundo. Podemos avistar o Monstro arrancando um dos escravos; Richard, entretanto, apenas ouve gritos de desespero. A cena corta.]
[É noite. Richard está debaixo de uma formação rochosa na praia; sentado na areia, com uma fogueira acesa no centro de uma roda formada por tripulantes do Black Rock. Eles dormem; Richard é o único acordado. A câmera mostra o diário de bordo aberto em suas mãos. À luz das labaredas, ele está lendo a última página de anotações. Elas dizem: ainda estamos perdidos no mar. Continuamos seguindo à oeste, mas nenhuma terra avistamos. Temo não conseguir sobreviver. Minha tripulação sofreu baixas e os escravos já devem estar todos mortos. Cpt. Magnus Hanso. Dia 108.]
[Richard retorna algumas páginas.]
[Então, com a leveza e rapidez de um sopro, ele nota algo surgir nas águas da praia, a mais de vinte metros de distância. Pisca os olhos algumas vezes para ter certeza do que vê. É uma silhueta em contraste com a luz da lua que atinge o mar.]
[Richard, depois de fechar o diário de bordo e colocá-lo na areia, se levanta e deixa a fogueira para trás. Agora, enxerga melhor: lá está um homem, parado; como que à espera. Richard se aproxima. Porém, mesmo com passadas cada vez mais rápidas, não consegue diminuir a distância que o separa da visão: o homem parece também estar em movimento, se distanciando pela praia, seguindo na direção de arbustos que dão início à floresta.]
RICHARD: Ei! Espere! [o homem continua a caminhar para longe] Você é um dos nossos?!
[Richard passa a correr. Quando a luz da lua cintila no corpo que persegue, o vê com clareza. O homem está com as vestes do capitão, tem a estatura do capitão. Se movimenta como o capitão. É Magnus.]
RICHARD [em latim]: Capitão, espere!
[Decididamente, Richard segue a visão pela floresta adentro. Caminha quando perde o alvo, e retoma a velocidade quando volta a enxergar o capitão. De repente, se vê completamente sozinho na penumbra. Seus olhos pressentem o perigo, ao mesmo tempo em que…]
[…o som do monstro da fumaça volta a se manifestar à distância.]
[Desvencilhando-se de galhos, Richard corre a toda velocidade, sempre para frente, sem parar. Até ser obrigado a parar.]
[Está de frente para um muro de concreto, alto… e com inscrições egípcias. A câmera sobe às alturas.]
[Richard dá alguns passos para trás. Quando se vira, encontra, próximo à uma pedra… o corpo de Magnus Hanso; deitado, sem vida, com os lábios ensaguentados.]
[Richard agacha ofegante ao lado do corpo. Ainda temeroso, observa ao redor. Por fim, fita o muro de hieroglifos às suas costas.]
[A câmera foca em seus olhos.]
Tempo Real
RICHARD [assombrado]: Onde você o encontrou?
ILLANA: No compartimento de carga do avião em que viemos para cá… Em um caixão.
[A câmera mostra o corpo de Locke, sem vida, deitado como uma marionete na areia.]
SUN: Não entendo. Se este é Locke, quem está lá dentro?
[Richard vira-se para a estátua, observando-a apreensivamente. A cena mostra o pé da estátua de Taweret. A imagem corta para que a câmera possa, do ponto de vista da estátua, dar destaque à todas as dezenas de pessoas reunidas na areia. Elas compartilham de um silêncio absoluto.]
[Então, todos viram-se para Richard.]
ILLANA: O que você pretende fazer, Richard?
[Ele troca a tocha da mão esquerda para a direita. Toma um bom tempo para definir uma resposta…]
RICHARD: Vamos esperar.
ILLANA: Esperar?! Esperar pelo quê?
RICHARD: Esperar que alguém saia de lá de dentro.
ILLANA [com preocupação]: Nós deveríamos entrar. Jacob me enviou justamente para ter certeza de que…
RICHARD [a interrompendo]: Tenho os mesmos objetivos que você, Illana.
[A cena foca em Sun, ainda apavorada ao manter-se fitando o corpo de Locke.]
ILLANA [se aproxima mais de Richard, e lança os olhos na estátua]: Você acredita que ele será capaz?
[Frank aparece atrás de Illana e Richard.]
FRANK: Alguém poderia me explicar o que diabos está acontecendo aqui?
[E então, a passagem de pedra se move na estátua; todos se viram. Da abertura, surge Benjamin Linus…]
[…apenas Benjamin Linus.]
[Richard e os Outros se dirigem às rochas que os separam de Ben. A câmera filma da altura da praia, do ponto de vista de todos: Ben está em destaque, em frente ao pé de Taweret.]
RICHARD: O que aconteceu lá dentro?
BEN [com uma expressão cansada, dirige a voz à todos]: Jacob está morto! John o matou. E… desapareceu.
RICHARD [descrente]: Como assim o matou?
BEN [descendo pelas pedras até pisar na areia da praia]: Usando uma faca, Richard. [Por entre o grupo dos Outros, Ben consegue enxergar, a alguns metros de distância, o corpo de Locke… vestido com um terno, caído ao lado da caixa de metal do voo 316 da Ajiira Airways.]
[Ben abre caminho e, apressadamente, se aproxima do corpo.]
RICHARD [seguindo Ben]: Como vê, John não pode ter matado ninguém.
[Ben tira os olhos de Locke e olha obliquamente para Richard.]
BEN: De onde veio isso?
RICHARD: Illana…
[…Richard olha ao redor, para a escuridão da praia, procurando por Illana. Ela não está mais ali. Frank também sumiu.]
[Olhando para o vazio, Richard muda a expressão do rosto; parece ter conectado alguns pontos em mente, pressentido algo… Entendido a situação.]
RICHARD [dirigindo-se aos Outros]: Rebecca, Noah! Entrem na estátua e verifiquem-na!
[Os dois obedecem e correm em direção à estátua.]
[Richard se volta para Ben e agacha ao lado do corpo de Locke.]
BEN: Jacob disse que eles estão chegando.
[Richard levanta a cabeça e examina os olhos de Ben.]
RICHARD: Eles quem?
BEN: Eu esperava que você pudesse me dizer…
[A câmera fecha em Richard.]
Flashback
[Richard Alpert e Eloise Hawking estão com as vestes molhadas, seguindo pela floresta.]
ELOISE: Da próxima vez que quiser me proteger, tente não bater com uma arma na minha cabeça.
[Eloise anda na frente e tem um embrulho em mãos. De dentro dele, retira o diário de Faraday.]
RICHARD: Se eles realmente fizerem o que dizem, o que você espera que aconteça com você, Eloise?
[Ela não responde.]
[Richard a alcança, olha em seus olhos e, em seguida, na direção do ventre.]
RICHARD: Quer protegê-lo, mas se esquece que se algo de ruim lhe ocorrer, ele morrerá de qualquer jeito… Agora, ou daqui a trinta anos. O que você prefere?
[Eloise passa as páginas do diário e murmura o que lê em uma delas.]
ELOISE: Para que tudo ocorra corretamente…
[Ouve-se um estrondo de algum lugar não muito distante.]
[Richard e Eloise se entreolham.]
RICHARD: Parece que eles estão construindo a estação aqui perto…
[Andando e olhando para trás, eles ouvem a destruição. Uma descarga eletromagnética.]
ELOISE: Aconteceu?
RICHARD: Espero que sim.
[Então, um som rasga o ar, e o céu brilha intensamente. Eloise e Richard fecham os olhos e, antes que possam tampar os ouvidos…]
[…tudo cessa.]
[Richard observa o céu retomar a cor azul.]
RICHARD: Aconteceu…
[Eloise avista o acampamento e Charles Widmore.]
WIDMORE [ao vê-los no topo do morro]: Richard!
[Richard se aproxima.]
WIDMORE: Ele está acordado.
[Richard passa por Widmore, que por sua vez, segue ao encontro de Eloise. A câmera acompanha Richard.]
[Ele entra em uma tenda. Dentro dela, Ben Linus está deitado.]
[Richard se aproxima da criança.]
RICHARD: Está na hora de você voltar, Benjamin.
Tempo Real
[Na praia, com a cena amplamente aberta, podemos enxergar o céu do fim de madrugada anunciar a aproximação do sol. A cena corta para Richard; ele continua fitando Ben – que está agachado ao lado do corpo de Locke, afastando a gola do terno para checar o pescoço. Encontra, em meio à maquiagem funerária, as marcas profundas de estrangulamento.]
SUN: Como isso é possível?
[Ben se sobressalta.]
BEN: O quê?
SUN: Locke… O Locke que nos acompanhou até aqui; como…?
BEN [sem olhá-la, virando os olhos para Richard]: Se alguém tiver alguma explicação, eu adoraria ouvir.
[Richard olha para os dois; está claramente privando conhecimento.]
[Então, dois dos Outros saem de dentro da estátua e exclamam…]
HOMEM: Está vazia, Richard!
[Ben franze o cenho e se levanta.]
BEN: Vazia?
RICHARD [se dirige aos Outros, apontando para o corpo de Locke]: Vamos levá-lo conosco… Coloquem-no de volta na caixa.
[Os Outros se aproximam do corpo de Locke e o transportam para dentro da caixa da Ajiira. A fecham.]
BEN: Levá-lo? Levá-lo aonde?
RICHARD: Nós vamos seguir para o templo; Locke irá junto.
BEN: O que você pretende, Richard?
[Richard demora à responder, como se decidisse o que dizer.]
RICHARD: Jacob ainda não está morto, Ben.
[Richard retira uma tocha fincada na areia e a passa para Ben.]
[Ben o encara.]
RICHARD: Vamos!
[A câmera sobe das águas do mar para as remadas de uma canoa.]
[Illana, Bram, Frank Lapidus e outros três homens seguem pelo mar, contornando a ilha. Está amanhecendo.]
FRANK [ironicamente]: Agora que eles sabem o que estão enfrentando… Qual é o plano?
BRAM: Continue remando… e saberá em breve.
[Frank recoloca o remo nas águas.]
FRANK: Estou remando… [silêncio; então Frank aumenta a voz] Illana?
ILLANA [sem hesitar]: O plano é seguir até o templo. E fazer isso logo. Precisamos nos certificar de que tudo ocorra como o planejado.
[De repente, a canoa bate em algo e se desestabiliza.]
BRAM: O que foi isso?!
[Todos param de remar; a canoa desliza lentamente pela água. Imediatamente ao lado, há algo boiando.]
FRANK: É um corpo…
[Frank estende o remo e o utiliza para puxar o corpo para perto.]
[É o corpo de uma mulher; ela veste uma camisa vermelha e tem cabelos loiros. Um dos homens ajuda Frank à passá-la para dentro da canoa.]
BRAM: Se ela estiver morta, joguem-na de volta. Não precisamos de peso extra.
[Illana, olhando para trás, percebe a expressão intrigada de Frank Lapidus.]
ILLANA: Você a conhece?
FRANK: Acho que sim…
[Juliet é virada; está ferida, de olhos fechados, sem respirar.]
FRANK [sussurando para si mesmo]: De onde ela veio?
[Frank tenta reanimá-la. Nenhum resultado. Coloca os dedos no pálido pescoço.]
FRANK: Tem pulsação, mas muito fraca. Vamos levá-la à praia!
BRAM: Não há tempo.
FRANK: Como assim não há tempo?!
ILLANA: Precisamos continuar seguindo!
[Frank avista a ilha e a praia… muitos metros de distância. Então se volta para Juliet; torna a tentar reanimá-la. Enquanto os outros remam. A cena corta…]
[…Richard vai à frente, Sun e Ben seguem logo atrás; os Outros carregam a caixa de metal da Ajiira. Estão todos caminhando pela praia, ao lado da mata. É dia.]
[Ben alcança Richard.]
BEN: Está pronto para me dizer o que é que estamos indo fazer no templo, Richard?
[Richard não responde. Ben insiste.]
BEN: Eu acredito…
RICHARD [interrompendo-o]: Eu o conheço desde o primeiro dia em que cheguei nesta ilha… Ele salvou toda a minha tripulação; e agora, chegou a hora de retribuirmos.
BEN [pensativo]: Você disse que ele ainda não está morto…
RICHARD: Certo.
BEN: O que quis dizer com isso?
RICHARD: Jacob… vamos apenas dizer que ele não é como nós, Ben.
BEN: De que jeito?
[Richard se recusa à responder.]
BEN: Acredite, eu o vi morrer.
RICHARD: Você também viu John Locke morrer em suas mãos. E, depois, ele estava andando por esta ilha, como se nada pudesse atingi-lo…
[Ben se vira para espiar a caixa de metal sendo carregada por quatro dos Outros. A câmera a mostra; e volta para Richard.]
RICHARD: Você entenderá quando chegarmos. O que quer que tenha se passado por Locke, também está se dirigindo ao templo… Para finalizar o que começou.
[Ben pensa nas informações por um momento.]
BEN: Chegaremos a tempo?
RICHARD: Para o nosso próprio bem, espero que sim.
Flashback
[Richard e outros sete tripulantes do Black Rock avançam pela floresta, afastando a mata e cortando plantas altas com um facão.]
THOMAS [com sarcasmo, para Richard]: Pelo visto, aquela coisa destruidora não te assustou o suficiente…
[Richard o ignora.]
TRIPULANTE F [vigia todas as direções, assustado; e se aproxima de Richard]: Você o achou como?
RICHARD: Fui a caça de algo para comermos…
THOMAS: E porque não nos chamou?!
[Richard passa as pernas por cima de um tronco de árvore caído no meio do caminho.]
TRIPULANTE G [com o sotaque britânico mais carregado do grupo]: Não sei se vocês já pensaram nisso, mas… como é que Magnus teria chegado até aqui?
THOMAS: Andando, seu idiota…
TRIPULANTE G: Ele estava morto!
THOMAS: Pelo visto não o suficiente.
RICHARD [fazendo todos se calarem]: Chegamos…
[Os oito homens se espalham para avistar onde estão. À frente, se estende o muro de hieróglifos do templo.]
TRIPULANTE F [assombrado]: O que é isso?
RICHARD: Não faço a mínima ideia.
[Richard anda à procura de algo. E encontra.]
RICHARD: Aqui ele está.
[Eles se aproximam do corpo de Magnus Hanso, deitado ao lado de uma rocha. Alguns outros contemplam o muro do templo.]
TRIPULANTE G [agachado ao lado de Magnus, observando sua pele sem cor]: É bastante impossível que ele tenha andado até aqui…
[No muro, uma porta de pedra é arrastada e chama a atenção de todos.]
[Ali está um jovem de cabelos loiros e olhos azuis. Os tripulantes erguem as mãos, demonstrando respeito e temor pelo anfitrião.]
[Ele faz um gesto, sugerindo que se acalmem.]
JACOB: Olá. Eu estava esperando por vocês.
Tempo Real
[Illana, Frank Lapidus, Bram e Juliet (inconsciente), seguem de canoa pelo mar. O Sol já se aproxima do meio do céu.]
BRAM [para Illana]: Ele chegará lá antes de nós, Illana. Se isso ocorrer…
ILLANA: Não falta muito.
FRANK: Esse templo fica um pouco distante, não?
[Ninguém responde. Ele olha de soslaio para Juliet. Ela tem os braços e pernas seriamente feridos.]
[Frank expressa preocupação, e se vira para avistar a praia, agora localizada a mais de duzentos metros de distância.]
[Ele para de remar, faz menção de dizer algo; quando…]
[…Juliet tosse sangue. Frank se vira de imediato para ela.]
[Ela permanece imóvel, de olhos fechados.]
JULIET [num sussuro quase inaudível]: James…
[Então, Juliet começa a tremer, se sacudir violentamente em um espasmo de vida.]
FRANK: Ela está reagindo! [Frank a segura para tentar amenizar os movimentos descontrolados.] Precisamos parar na praia; agora!
[Bram para de remar e olha para o corpo de Juliet.]
BRAM [ainda relutante]: Illana, o que você decide?
[Illana está em silêncio… apontando para a frente.]
[No horizonte, é possível enxergar uma canoa com os remos se movimentando. Bram força a vista.]
BRAM: Devem ser nossos companheiros de voo…
[Bram saca de um binóculo e o coloca em frente aos olhos. Vê seis pessoas…]
[Ali estão Sawyer, Juliet, Miles, Faraday, Charlotte e… John Locke.]
BRAM [gritando para todos]: ELE ESTÁ LÁ!
[Então, Bram puxa de dentro da canoa uma arma de longo alcance. Frank ouve o barulho da munição sendo preparada e se vira rapidamente para a frente.]
FRANK: Ah… maravilha.
BRAM: Remem!
[Com a mira em Locke, Bram atira na canoa distante. Illana e os outros apenas remam, à toda velocidade; se fazendo aproximar cada vez mais.]
[A imagem corta para a outra canoa – com cenas arquivadas de The Little Prince. Remando com esforço, Sawyer olha para trás, não consegue enxergar quem está atirando.]
MILES [gritando para Juliet]: Esse é seu povo?!
JULIET: Não. São seus?!
SAWYER: CALEM A BOCA E CONTINUEM REMANDO!
[A cena volta para a canoa onde Juliet, de camisa vermelha, está deitada atrás de Frank. Illana e um dos outros homens também se armam. Atiram seguidamente…]
[Cenas arquivadas de The Little Prince: um tiro acerta o remo de Sawyer.]
SAWYER: Dê uma ajudinha aqui!
[Juliet entrega o seu remo para Sawyer e empunha uma espingarda. Ela se vira para trás. Dá um tiro. E mais um. A cena corta para Illana se abaixando para se proteger. Um terceiro tiro é ouvido.]
FRANK: AHHH! Droga! [Frank foi atingido no ombro] O que vocês estão fazendo?!
[Em frente, na canoa perseguida, os seis de repente param de remar. Ao perceber isto, Illana pega de volta o remo e…]
[…]
BRAM: O que aconteceu?!
[Só se vê o mar, a canoa de Locke se foi, simplesmente desapareceu.]
BRAM: Aonde eles foram?!
[A câmera passa pela face de Illana e fecha em Juliet, desacordada.]
[Frank Lapidus grita de dor.]
[Richard afasta uma planta do caminho. Ele, Ben, Sun e os Outros estão na floresta, ao pé de um riacho.]
RICHARD: Faremos uma parada! Descansem, devemos chegar ainda está noite…
[Todos se espalham. Sun se encaminha em direção à Richard. Ben, sentando-se na caixa da Ajiira onde jaz o corpo de Locke, observa a coreana.]
[Ao alcance da água corrente, Richard está agachado nos calcanhares, armazenando a bebida em uma garrafa. Ao ver Sun se aproximar, lhe entrega uma garrafa d’água.]
SUN: Obrigada. [também se agacha] Posso lhe fazer uma pergunta?
[Richard apenas retribui o olhar.]
SUN: Você disse que Jacob não está morto.
RICHARD: Sim…
SUN: E John me contou que Jacob poderia salvar Jin e nossos amigos; trazê-los de volta…
RICHARD [a interrompendo]: É melhor esquecer tudo o que John lhe prometeu nestes últimos dias, Sun.
[Richard toma um gole de água.]
[Sun demonstra abortar o assunto e tomar fôlego para o que dirá…]
SUN: Como eles morreram?
[Richard olha ao redor e encontra os olhos de Ben. Se volta para Sun.]
RICHARD: Eles estavam próximos de uma explosão nuclear.
[Pela expressão de Sun, ela esperava tudo, menos uma informação como aquela.]
SUN: Você viu isso acontecer?! [Richard não responde.] Como você sobreviveu?
[Os Outros começam a falar em voz alta, agitados. Eles se reúnem a alguns metros de onde Ben está.]
MULHER: RICHARD! VENHA VER!
[Richard se levanta. Ben segue aonde as pessoas se algomeram. Richard faz o mesmo, e olha para baixo…]
[Na descida do riacho, entre pedras, há um homem desacordado. Ele veste um ensanguentado macacão da Dharma.]
[Workman.]
[É Jack. A câmera fecha no topo da pequena colina, no rosto de Richard.]
Flashback
[Ao lado de Jacob, Richard se dirige à uma tenda. Enquanto isso, os outros sete tripulantes do Black Rock estão do lado de fora, ao redor de uma fogueira onde uma carne está em preparo. Apreensivos, eles olham para a tenda onde Richard se senta em uma cadeira.]
[A cena corta para dentro da tenda. Richard pousa o diário de bordo e o amuleto de ouro de Magnus em cima de uma mesa de carvalho – onde há, em papiro, um calendário gegroriano com MDCCCXLV anotado no topo.]
JACOB: Você ainda não me disse o seu nome.
RICHARD: Ricardus Alpertus.
JACOB: Vou chamá-lo de Richard… [De uma vasilha de argila, Jacob derrama água límpida em um copo de barro.] Me conte como foi sua chegada à este lugar.
[Richard vira na boca o copo para beber um gole d’água.]
RICHARD: Saímos com o Black Rock, nosso navio negreiro, de Papua-Nova Guiné, em abril de 1881; e seguimos à oeste, em direção à Africa. Deveríamos ter avistado a costa da Indonésia no fim dos primeiros 16 dias de viagem. Mas o que víamos era apenas o oceano. A falta de suprimentos levou muitos de nós… Ficamos perdidos por 108 dias. Até que…
JACOB [sorrindo] : Até que encontraram esta ilha.
RICHARD: Ela não está em meus mapas.
[Jacob balança a cabeça, assentindo.]
RICHARD: Estamos no Índico certo?
JACOB: Não exatamente… [Richard franze o cenho.] Com o tempo, você entenderá melhor. Por hora, lhes darei abrigo entre o meu povo.
RICHARD: Sou muito grato…
[Jacob se levanta e Richard faz o mesmo.]
RICHARD: Como posso lhe chamar?
JACOB: Jacob. Apenas Jacob.
[Um longo aperto de mão é dado. A câmera foca demoradamente no toque; Michael Giacchino adiciona destaque.]
[Richard é guiado para sair da tenda. Do lado de fora, é levado por uma longa reta de caminho de terra, cercada por fileiras de árvores altas. Ao longe, é possível avistar duas pequenas esculturas egípcias, que antecedem a escadaria que leva à uma arquitetura imperial, onde – ao lado de colunas enormes –, uma estátua do falcão Hórus guarda a entrada para o templo.]
[Richard contempla maravilhado.]
JACOB: Bem-vindo ao lar, Richard.
Tempo Real
[Fora da ilha – Los Angeles, Califórnia.]
[A cena mostra o quarteirão do Hospital Marina Medical Center, Long Beach.]
[Charles Widmore está do lado de fora, vendo Eloise Hawking entrar em um táxi. Em seguida, ele anda em direção ao hospital; a câmera o segue. Ele caminha por um corredor que o leva à uma sala de espera, onde há uma televisão ligada. Em um sofá, uma criança dorme; e na cadeira ao lado está uma enfermeira, assistindo ao noticiário.]
WIDMORE: Onde está minha filha?
ENFERMEIRA: Senhor Widmore… Ela me pediu que vigiasse seu neto.
[Widmore olha para Charlie.]
WIDMORE [sorrindo]: Então, está liberada… Ficarei feliz em tomar seu posto.
[A enfermeira se levanta.]
WIDMORE [pousando uma maleta sobre a mesa de revistas]: Sabe em que quarto Desmond Hume está internado?
ENFERMEIRA: Ele está…
WIDMORE: Preciso que entregue esta encomenda a ele.
[Widmore estende uma caixa azul, retangular.]
WIDMORE: É um presente.
ENFERMEIRA: Sem problemas.
[A mulher se retira e Widmore a acompanha com os olhos; a câmera foca em seu rosto.]
[A cena corta para dentro de um quarto, onde Desmond está deitado e Penny a afagar seus cabelos. Ela lhe dá um beijo na testa e se dirige à porta. Antes que alcance a maçaneta, a porta se abre. A enfermeira para à entrada e cumprimenta Penny. Então entra no quarto. Penny segue para o corredor, acenando para Desmond pela fresta formada antes da porta se fechar.]
ENFERMEIRA: Senhor Hume, seu sogro me pediu que lhe entregasse isto.
[Demonstrando estranhamento, Desmond tenta se sentar. Não consegue, sente a dor se espalhar como um choque pelo ombro, onde está a ferida da bala que fora disparada por Ben Linus. A enfermeira então aperta um dos botões da cama. Mecanicamente, esta se ergue e coloca Desmond sentado.]
ENFERMEIRA [depois de deixar a caixa azul nas mãos de Desmond]: Com licença, senhor.
[À sós, Desmond hesita em abrir a entrega. É por impulso que retira a tampa da caixa. O que encontra é um livro; e um bilhete…]
Deixe-se guiar, Hume. A sua volta é inevitável.
[Desmond arranca o papel e o amassa. De dentro da caixa, retira o livro – que é, na verdade, um diário velho, grosso, de páginas amarelas. Na abertura, pode-se ler, em letras douradas, LEDGER… O diário de bordo do Black Rock.]
[Desmond o abre, passa as páginas com cuidado e com relutante curiosidade. Ele avança e algo nas últimas folhas chama sua atenção. Ele lê e retira os olhos do diário, pensativo. A câmera não mostra o conteúdo. A cena corta de volta para a sala de espera.]
[Widmore deixa de observar o corredor vazio do hospital e se vira para o sofá, onde Charlie dorme profundamente, em silêncio, agarrado à uma manta colorida.]
[Com uma expressão de frieza, quase enojada, Widmore encara o neto muito brevemente. Pega a maleta, dá as costas e se encaminha para a saída.]
|